quarta-feira, 20 de junho de 2012

Catarte

me vê aquela peneira pois o sulco do meu corpo está saindo.
e ninguém quer saber o que tem por lá
me vê aquela peneira de conceitos pois carrego um absurdo
que nas mãos alheias queimam e que nos dentes se esfarelam
o monstro há de ser domado para que possa ser assistido
no circo à gargalhadas de alívio interminável
me vê a peneira por favor, para dizerem que o que faço é arte
que é parte de um revisitado, um discernível
o que sai do meu corpo há de ser decantado
para que possa ser consumido
me dá a porra da peneira logo! antes que seja tarde
antes que a lua exista, antes que o demônio surja
o que sai de mim é ocre e putrefato
é um mistério irrevelado, é apocalíptico ao olhar
PUTA MERDA, ME PASSA ESSA PENEIRA!
a humanidade não merece mais ver tanto de si!