quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

asas que coçam

sim, parti.
como se criança me tornasse denovo, engatinhando na calçada esperando que pernas cresçam. o tempo não faz mais sentido agora.
sim, voei.
asas demais não cabem no solo, viajante me tornei. porque viajante não tem casa, viajante tem ninho.
sim, mudei.
aventuras são para todos. vou caçando meus sonhos como se fossem borboletas. como naquelas horas entre sono e sonho em que fisgamos um pedaço de (ir)realidades.
sim, assinei.
assinei o contrato e doei minha alma ao mundo, para que flutue com mais incertezas, para que magnetize os detalhes das ruas, dos ares.
sim, ousei.
resisti o que dizem ser o mais seguro. minha segurança está nas estrelas, a desocupei de meu corpo para dar mais espaço ao amor.
sim, deixei.
deixei lágrimas de saudade nos poros de minha cidade, para que um dia possa retornar e abraçar cada ser que me (des)construiu, cada ser que um dia me fez chorar e lembrar que eu existo.

4 comentários:

  1. óun, sei bem como é! preparemo-nos (ou não).

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    1. Deixar as coisas mais fáceis...
      Já tentou fazer omelete no microondas?

      Mesmo na velocidade daqueles dias, a sua paciência ainda funcionava como virtude.

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  2. Gostei muito, meu querido.

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