segunda-feira, 7 de maio de 2012

Velhitude

A vida era cara. Passo carregado, não havia custo benefício. Parede de porcelana na cozinha, três copos de cristal e microondas, evidente. Pensou que tomara a errada decisão. Voltar atrás? De que adianta? Seu lema sempre fora olhar pra frente. Pro futuro. Dos horizontes se distanciava por medo de sua mansidão.
Se sentiu um cavalo. Cavalo de carga. Chega! Pegou suas coisas e saiu. Volta na quadra. Fuma um cigarro. Não fumava. Mas fumou, até o fim. Clima de transgressão. Chegou em casa e acendeu uma vela. Se lavou, foi dormir.
Noite pesada, sonhou como nunca havia. Perdeu sua hora. Não ligou. Acordou e retornou a rua.
Na calçada, se sentiu perseguido por um assobio que cantarolava música popular. Esta canção ficou tão aquecida na sua memória que, semana seguinte, Marcos resolveu ser jovem pra sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário