quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

de um corpo só não se esconde


de que me escondo?
será que é do espelho, ou da ausencia da imagem?
é do sonho, ou da possivel premissa de que é realidade?
me escondo atrás do conforto da crítica ou da crítica do conforto?
preciso de um consolo, ou acelero meus passos antes que ele me surpreenda?
sofro pois aceitei a vida sofrida ou sofro por nao conseguir aceitá-la?
por que raios (ou pra que raios) (ou simplesmente por quem raios) me escondo?
me vejo escondido do resultado de que projeto, ou talvez do proprio projeto que resulta de mim?
me escondo atrás da linha de meu poema imaginando o monstro que talvez construa?
ou me escondo de mim enquanto o sofrimento do qual escolhi atua.
afinal, atrás de quem me escondo?
do conforto da inconstância ou do constante desconforto?
do corpo morto ou do corpo só?
que presunção tola. evidentemente minha vida é esconder-me do corpo só.
pois o próprio corpo só me impede de esconder-me.

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